F.C.Porto 1 - 1 Sporting (5-4 g.p) - o rescaldo

Estádio do Dragão

48.416 espectadores

Valeu-nos um Super-Baía para nos livrar de mais um fracasso provocado por um Medíocre-Adriaanse.

Ainda não consegui perceber qual é o prazer e a tentação que Adriaanse tem para inventar. Quando essas invenções surgem numa meia final e logo perante um adversário forte, então muito menos percebo o que se passa pela cabeça do holandês, a quem "carinhosamente" já o apelidei de "laranja podre". O trio defensivo tem sido sempre composto por Bosingwa à direita, Pepe ao meio e Pedro Emanuel à esquerda. Ontem, decidiu trocar de posições entre o capitão e o brasileiro. Não sei se por não estar habituado áquela nova posição, o que é certo é que Pepe ontem pareceu-me mais inseguro do que o que tem sido habitual nos últimos tempos. Nova invenção no meio campo. Assunção, Meireles, Cech e Lucho no meio campo, pareceu-me claramente gente a mais, tendo em conta os seus posicionamentos no relvado. Assunção foi o mais recuado, Meireles pela direita, Cech pela esquerda com Lucho mais adiantado. Na frente Quaresma pela esquerda com Benni no centro e Adriano a descair para a direita. A equipa esteve durante todo o jogo manca do lado direito. Quando vi a constituição ainda pensei que Cech fosse funcionar como o extremo do lado esquerdo e Quaresma pela direita. Mas afinal enganei-me. A juntar a estes equívocos de Adriaanse, junta-se uma situação caricata, nunca vista por mim nestes anos todos. Passaram-se 90 minutos e não foi feita nenhuma substituição (!!!). Simplesmente inacreditável. É bom lembrar que 7 dias antes a maioria daqueles jogadores tinha feito 120 minutos contra o Marítimo, que no Sábado esses mesmos jogadores fizeram mais 90 e mesmo assim o nosso técnico não mexeu na equipa. Opção dele? Sinceramente acho que foi mais uma prova de que Adriaanse não sabe ler o jogo e para ele, fazer substituições deve ser o maior sacrifício, pois pura e simplesmente não sabe quem tirar e quem colocar em campo. Concluíndo, temos um treinador que sem dúvida alguma tem mérito em algumas coisas que se tem visto na equipa, mas é tremendamente limitado na leitura do jogo, naquilo a que realmente mais compete a função de treinador. Aquela cara de pascaço durante 90 minutos já não engana ninguém. É cara de quem não percebe o que se está a passar lá dentro.

Deixando o treinador e focando-me no jogo, tenho a dizer que na minha opinião foi um jogo fraco, monótono e sem grande qualidade técnica. O domínio foi repartido, sendo que coube ao F.C.Porto a maior fatia da posse de bola e dos lances de golo. Aliás, a melhor oportunidade esteve nos pés de Adriano que atirou ao poste. No prolongamento, já com a 1ª substituição de Adriaanse (!), na 1ª parte, cheguei a ponderar ir dormir pois o nível foi tão baixo que aqueles 15 minutos pareceram 45. A emoção, essa sensação que leva milhares aos estádios, chegou , finalmente, na 2ª parte do prolongamento. Mareck Cech, quis ser ele ontem o Calimity de serviço e ofereceu a bola em badeja de prata a Nani, que por sua vez efectuou um cruzamento perfeito para o golo de Liedson. Faltavam 11 minutos, e como eu, milhares de portistas não pensariam ser possível o Porto fazer aquilo que não tinha feito em 109: o golo. Fiquei conformado, desiludido, de certa forma surpreendido, pelo erro de Cech e já só imaginava como iria ser o resto da semana de Co Adriaanse. Será que iria à boleia ontem? Contudo, o golo surgiu 5 minutos depois, após cruzamento soberbo de Quaresma e cabeceamento sublime de Benni. Na lotaria das grandes penalidades assistiu-se a um particularissimo e inédito confronto entre o melhor guarda redes português de todos os tempos e o afilhado, com voz abichanada, do brazuca Scolari. Baía, apesar de ter sofrido um golo de penalti do Ricardo-tem-família-e-amigos-deixem-me-em paz, levou claramente a melhor neste duelo ao defender a primeira grande penalidade do jovem leonino João Moutinho.

A vitória acaba por ser justa, pois venceu aquela equipa que mais procurou o golo durante os 120 minutos, sem nunca, no entanto, ter sido um domínio demasiado intenso.

Para finalizar, não poderia deixar de falar naquele de quem hoje mais se fala, na imprensa marroquina. O árbitro esteve claramente infeliz durante todo o jogo. A mim não me custa nada assumir que Pepe ontem deu mão (fora ou dentro de área é que ainda tenho dúvidas) e que deveria ter sido expulso nesse lance. Também é verdade que os fiscais de linha falharam em alguns foras de jogo. A expulsão de Caneira, poderá ter sido um pouco forçada. Concordo. Contudo, antes de Pepe ter dado mão, já Polga tinha feito penalti sobre Benni. Não é tão claro, mas que existiu falta, lá isso não tenho dúvidas. A expulsão de Bosingwa foi também um equívoco. A falta em que viu o 2º amarelo, não existiu. No computo geral o Sporting poderá ter mais razões de queixa do árbitro. Mas daí a se dizer que jogaram contra 12... Sendo assim, certamente que Paulo Bento concordará comigo se eu afirmar que há 3 épocas atrás, ainda ele jogava com o nº 17 do Sporting, o Porto jogou contra 12 em Alvalade, sendo que o 12º jogador nesse jogo foi Lucílio Calabote Baptista. Aliás, a saga desse árbitro contra o Porto começou aí. Lembra-se Paulo Bento de 4 grandes penalidades por marcar nesse jogo? No entanto, apesar de tudo vencemos o jogo.E vencemos porque eramos claramente melhores. Quando se é melhor, por muitos erros que o árbitro possa cometer a nosso desfavor, acabamos sempre por vencer. Esta é pelo menos a minha teoria.

O passaporte para o Jamor já o temos. Agora venha daí o Vitória. Por minha vontade seria contra o de Guimarães. Aquele povo, pelo que tem feito, merece estar presente na festa que é a final da Taça de Portugal.

FORÇA PORTO