terça-feira, março 06, 2007

Chelsea 2 - 1 F.C.Porto

0-1 Ricardo Quaresma (15´)
1-1 Robben (48´)
2-1 Ballack (78´)

O sonho esteve a 45 minutos de se tornar realidade. Saímos de cabeça erguida, mas com aquela sensação de que se o Helton tivesse sido igual a si próprio, as coisas agora poderiam ter sido bem melhores para nós.

Mal soube do 11 inicial temi pelo pior. Pensei "como é que é possível cometer o mesmo erro duas vezes?" , num retrocesso temporal até ao jogo em Londres frente ao Arsenal, onde também nessa partida, Jesualdo tinha desencantado Ricardo Costa a titular, quando nunca jogava na Liga Portuguesa. A verdade é que durante a primeira parte, sobretudo nos primeiros 30 minutos, o esquema de 4-4-2 losango resultou na perfeição. A equipa pressionava relativamente alto, recuperava as bolas logo à entrada no meio campo do Chelsea e tentava através de rápidas trocas de bola criar perigo junto da baliza de Cech. Foi num lance dessa natureza que surgiu o nosso golo. Pepe recuperou a bola, Lisandro e Lucho deram sequência à jogada, que Ricardo Quaresma acabaria por finalizar em golo. Foi o momento para festejar e sonhar que afinal era possível eliminar o todo poderoso Chelsea. Com o resultado positivo ao intervalo, a minha esperança aumentou ainda mais. Afinal de contas já só faltava aguentar mais 45 minutos, e se jogassemos como o tinhamos feito no primeiro tempo, o resultado final adivinhava-se positivo. Ao intervalo assisti a algo inédito nos estádios ingleses. Os adeptos do Chelsea assobiavam a sua própria equipa. Se não é totalmente inédito, pelo menos é muito pouco vulgar em Inglaterra.
No inicio do segundo tempo aconteceu aquilo que ninguém estava à espera. Helton, que já nos foi extraordinariamente útil em muitos jogos, deu uma autêntica frangalhada. Inacreditável. A equipa sentiu o golo e nos 15 minutos seguintes assistiu-se a uma forte pressão do Chelsea. Jesualdo decide então mexer e lança Adriano e Ibson nos lugares de Meireles e Cech. Quanto a mim, quem deveria ter saído era Ricardo Costa, recuando Cech para defesa esquerdo. As alterações não mudaram nada. O Porto na segunda parte foi uma equipa totalmente inofensiva. Não me lembro sequer de um remate para amostra. Foram confrangedores os segundos 45 minutos. Mesmo depois de Ballack ter feito o 2-1 aos 78´, numa excelente jogada ofensiva em que a nossa defesa falhou claramente nas marcações, os nossos jogadores não conseguiram colocar a bola na área onde já estava também Bruno Moraes, entretanto entrado para o lugar de Lisandro. Os minutos finais foram típicos de uma equipa treinada pelo Mourinho, com os jogadores do Chelsea a trocarem a bola e a procurarem sempre ganhar bolas paradas para perder algum tempo e eventualmente marcar o 3º.
O sonho acabou. Não podemos sair desiludidos nem frustrados. Afinal de contas perdemos com uma potência do futebol europeu da actualidade. No global, perdemos 3-2. Quantas mais equipas conseguiriam fazer melhor? Em 180 minutos de futebol, apenas aos 168´ o Chelsea passou para a frente da eliminatória. Tal como escrevo na introdução a este texto sobre o jogo, ficaremos sempre com a sensação de que se o Helton tem jogado aquilo que sabe as coisas poderiam ter sido diferentes. Aquele golo se não surgisse tão cedo, o Chelsea ia abrir espaços na sua defesa e poderíamos aproveitar para aumentar a vantagem. Mas não foi assim que aconteceu. Para o ano há mais.

Melhor Jogador em Campo - Paulo Assunção

Paulo Assunção - Quase perfeito. Nestes grandes jogos Assunção assume sempre o jogo e tem um papel fulcral na equipa. A sua única falha ao longo dos 90 minutos terá sido no 2º golo do Chelsea. Alguém se esqueceu de Ballack. Era a Paulo Assunção que competia marcar o alemão. Numa exibição quase perfeita, este foi o único erro que detectei na sua exibição e que por acaso acabou por resultar no golo decisivo.

Notas:
Destaque também para as exibições positivas de Fucile e da dupla de centrais. O uruguaio deu bem conta de Robben e a dupla de centrais também esteve muito bem, com excepção do lance do golo em que deixam Drogba, Sheva e Ballack trocarem a bola de cabeça dentro da área!!! Houve demérito dos centrais, mas também muito mérito de quem conseguiu produzir uma jogada de tal qualidade.
Quanto aos nossos adeptos estiveram fantásticos, sobretudo na primeira parte. Nos primeiros 45 minutos, 3300 portugueses, conseguiram calar um estádio inglês. Algo inimaginável à partida. Parabéns para todos eles.

FORÇA PORTO