domingo, fevereiro 26, 2006

S.L.Benfica 1 - 0 F.C.Porto


E Adriaanse arriscou mesmo no seu 3-3-4. Fez bem dirão alguns. Foi suícidio, exclamarão outros. Por mim, tenho a dizer que não foi por isso que perdemos o jogo. Aliás, depois do que vi hoje, apoio Adriaanse na sua loucura. É que afinal de contas, jogamos neste esquema e em nenhum momento da partida se pode dizer que a defesa andou aos papéis. Bem pelo contrário. Deu bem conta do recado. Contudo desta vez o "Calimity" de serviço foi alguém inesperado. Ou talvez não...
A 1ª parte foi mal jogada, muito disputada a meio campo e sem grandes jogadas de perigo. Os jogadores pareciam mais interessados em provocações do que em jogar futebol. Quaresma é o maior exemplo disso. Já não é o 1º clássico em que dá mais nas vistas por brigas do que pelo seu futebol. Quando nada o fazia prever, o golo surgiu. Livre a 40 metros da baliza do Porto. Adriano faz barreira, Robert remata para fora, mas a bola faz um efeito indescritível, bate no relvado mesmo á frente de Baía e entra na baliza. A trajectória da bola é inacreditável, mas Vítor Baía tem culpas no cartório. Afinal de contas a bola foi rematada de muito longe e daria tempo de reacção ao guarda redes. Digo eu!!! Após o golo o jogo finalmente abriu e Nuno Gomes poderia ter matado logo de seguida o jogo. Ainda antes do intervalo, Quaresma decidiu jogar e numa das suas magias, ia tirando um coelho da cartola.
A segunda parte foi de uma intensidade alucinante. Nos primeiros 15 minutos ainda houve algum equilibrio, mas a última meia hora foi algo de espectacular, principalmente o quarto de hora final. O Porto partiu para cima, Adriaanse fez algo que eu pensava impossível. Arriscou ainda mais. Saídas de Raul Meireles, Ivanildo e Quaresma e entradas de Lisandro, Jorginho e Hugo Almeida. Uma espécie de tudo ao molho e fé em Deus. O jogo partiu por completo havendo lances em que o Porto poderia ter chegado ao empate, principalmente por Lisandro, podendo o Benfica também ter arrumado a questão, num dos vários contra ataques de que dispôs.
Enfim, foi um final de jogo espectacular, emocionante. Algo que já não via há muito tempo num clássico destes. E isto tudo culpa de quem? Co Adriaanse. O homem pode até nem perceber nada disto, mas foi por causa da sua loucura ofensiva, que assisti a momentos de futebol extra-emocionantes. No final o que eu queria mesmo era vencer. Não foi possível. O Benfica foi mais eficaz e aproveitou bem um lance de bola parada.
Há que lembrar que, apesar de tudo ainda somos líderes. Por quanto tempo mais não sei. Mas ainda vemos todos cá de cima.

Melhor Jogador em Campo - Paulo Assunção

Notas:

O primeiro destaque vai para Vítor Baía. Pela negativa, porque uma vez mais tem muitas responsabilidades no golo sofrido. Tal como na última vez, na Amadora, voltou a ser batido de forma "anjinha" num remate de longe. O remate vai muito bem colocado, sem dúvida, mas Baía tinha que fazer muito melhor. Pela positiva, porque quando confrontado com a questão no flash interview sobre a sua responsabilidade no golo, Vítor Baía não se escondeu. Assumiu a sua quota parte de responsabilidade, demonstrando que além de um grande guarda redes, é também um homem com grande carácter. Ao contrário de outros que coitados, nunca assumem a culpa e queixam-se sempre que são atacados e que vêm com as histerias do costume de que "ai o Ricardo tem família e amigos". Ricardo: podes ser o titular da selecção até aos 50 anos se assim quiserem. Mas os títulos, o respeito, o reconhecimento, o prestígio e acima de tudo o caractér do Vítor, nunca os terás. Reduz-te à tua insignificância.
Quaresma, uma vez mais, passou ao lado do jogo num clássico. Aquele que poderia ser o motor de desiquilíbrio da equipa, passou mais tempo entretido com brigas e a reclamar. Se não é substituído, quer-me parecer que acabaria por ter sido expulso. Lucho também esteve uns furos bem abaixo daquilo a que nos habituou. O esquema, que o prende muito no miolo, poderá ser uma das razões para as últimas exibições mais apagadas do argentino. Para mim, Paulo Assunção foi mais uma vez o melhor elemento da equipa. Na primeira parte funcionou muito bem como 2º central e na segunda metade afirmou-se no meio campo, recuperando muitas bolas e lançando diversos ataques. Pepe, esteve também ao nível a que nos tem habituado.
Depois desta jornada as diferenças reduziram-se. Sporting a 2 e Benfica a 5, sendo que o Braga poderá ficar amanhã a 4 pontos de distância. É este o cenário, à partida para o último terço do campeonato. E atenção ao Boavista que está a 7 pontos. Vem numa fantástica série de 7 vitórias consecutivas...
FORÇA PORTO

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Em relação ao o que foi dito em relação ao Vítor Baía, só posso dizer que subscrevo e concordo a 100%.

segunda-feira, 27 fevereiro, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Aleluia!!!
Obrigado Ricciardi...
Finalmente alguém k gosta d futebol sem criticar o nosso treinador...
Uma duvida será k contra 10 durante mais d 85 minutos a gente ñ ganhava o jogo?
Sei k o lance é aos 9 minutos mas com descontos dá isso ou mais...

segunda-feira, 27 fevereiro, 2006  
Anonymous Anónimo said...

E pensar no que sofri para encontrar um tasco em Santiago de Compostela para ver o jogo! Valeu pelo ambiente..éramos só portugas...metade portistas..metade lampiões..mas tudo em amena confraternização! Continuo a achar que o 3-3-4 resulta e não foi por isso que se perdeu o jogo! Azares toda a gente tem e é preciso não esquecer que o Vítor deu-nos uma Taça UEFA e uma da Champions!

terça-feira, 28 fevereiro, 2006  

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